quarta-feira, 25 de maio de 2016

Todas mulheres. Todas feministas.


Todas/os sabemos o que é o feminismo e o que este defende: igualdade de género.
No entanto, existem várias vertentes do feminismo, vários grupos feministas distintos e feministas que condenam outras feministas.
As principais vertentes são: o feminismo negro, o interseccional, o radical e o liberal.
Quando as mulheres começaram a sua luta pela igualdade foram-se apercebendo que independentemente do género ser o mesmo, havia outras coisas pelas quais era preciso lutar, coisas que nem todas defendiam, pois simplesmente não o experienciavam.
A diferença entre uma mulher negra, classe baixa ou homossexual era, (e ainda é nos dias de hoje), evidente em relação a mulheres brancas, hetero e de classe media alta. Por exemplo, mulheres negras precisavam lutar contra a escravidão que sofriam, inclusive por parte de mulheres brancas. Elas acreditavam então, que sofriam uma dupla opressão: raça e género. Como tal, foi naturalmente necessário a criação de várias vertentes do feminismo.
Sempre olhei para mim própria como uma defensora de todas as minorias. Bem, talvez não sempre, mas desde que me descobri feminista. Acredito, e acredito meeeesmo, que somos todos/as iguais e que todos/as merecemos respeito; não consigo perceber o porquê de diferenciar as pessoas seja pelo que for. No entanto, ultimamente precisava me enquadrar em algum lado pois muitas vezes não posso mesmo acompanhar certas lutas, outras vezes nem sequer compreender.
Decidi fazer uma análise sobre as diferenças entre o feminismo liberal e o feminismo radical pois, hoje, acho o interseccional utópico no sentido em que é um feminismo inclusivo e com boas intenções mas, não acredito que seja eficaz na nossa sociedade. Obviamente, em relação ao feminismo negro não vou falar pois sou branca, e como tal, não me posso enquadrar nas lutas negras.
O feminismo liberal defende que a igualdade de género na sociedade deve ser implementada por meio de reformas políticas e legais, através da conquista de mais representatividade política e económica, como a ascensão de mulheres na política, empresas etc. Este feminismo tem sido chamado de "feminismo pop", pois é o feminismo mais defendido e apoiado pelos famosos/as. Um bom exemplo de feminismo liberal é a iniciativa de Emma Watson: #Heforshe, que pretende chamar e sensibilizar a os homens para o feminismo.
As liberais aceitam homens no feminismo.
O feminismo radical é muitas vezes mal interpretado precisamente pelo seu nome "Radical". No entanto, radical apenas significa raiz, ou seja, o feminismo radical quer chegar há raiz da opressão feminina, que acredita ser os papeis sociais inerentes ao género. As radicais vêm a sociedade como grupos de pessoas e não indivíduos; Não acreditam na essência do feminino e do masculino, refutando que o género foi criado para que haja uma hierarquia numa sociedade que desde logo foi enaltecendo o masculino; São contra a imposição das cores, certo tipos de brinquedos e acessórios, roupas, e até acções relacionadas com o género. Resumindo, elas defendem que para sermos iguais, homens e mulheres, teríamos que ir à origem de tudo, mudar costumes, linguagens e sociedades desde a sua raiz.
As radicais não querem homens no feminismo.
Estes dois tipos de feminismo são completamente opostos na sua maneira de defender o direito das mulheres:
Enquanto as liberais são a favor da liberdade de escolha, o direito a fazer o que quisermos com o nosso corpo, as radicais acreditam que o facto de uma mulher sentir necessidade de fazer certas coisas está ligado a um culto que nos é incutido desde infância em que não nos apercebemos que estamos inseridas, mas que nos molda sem nos aperceber-mos.
Em relação à sexualidade as liberais acreditam que os/as heterossexuais são heterossexuais porque querem, mas as radicais contrariam completamente, dizendo que desde que nascemos somos condicionados/as à heterossexualidade e que as estruturas moldam a nossa vontade.
Acredito no feminismo radical e concordo plenamente, no entanto defendo a liberdade de escolha a todo o custo, mas consigo perceber perfeitamente a posição 'radicalista' em relação a mesma.
Numa sociedade onde a diferença de géneros ainda é tão evidente, precisamos de lutar. Somos todas mulheres, somos todas feministas, somos todas juntas a lutar por um futuro sem opressão...
Negra, liberal, radical ou interseccional, dá-me a tua mão, levanta-te do chão 
Juntas vamos caminhar
Porque ainda precisamos de lutar!

UmaCabeleireiraFeminista
umacabeleireirafeminista.wordpress.com

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